A escrita e os seus instrumentos e outros devaneios...

Na madrugada de sexta para sábado, já perto da manhã, em mais uma noite de insónias depois de um serão muito agradável entre amigos fiz uma coisa que já não fazia há mesmo muito tempo... Agarrei numa caneta e em papel em branco e escrevi! Escrevi uma carta... Sim, daquelas que depois no dia seguinta me obrigaram a ir ao Aeroporto de Lisboa para a colocar nos CTT e a gastar dinheiro em selos e tudo isso!
Soube-me bem! Soube-me mesmo muito bem... Neste mundo estamos tão habituados a escrever as coisas no teclado do computador, ou do nosso telemóvel... As coisas tornaram-se tão impessoais que quase nos esquecemos do aspecto da nossa própria escrita, do toque do papel e do correr da caneta enquanto vamos despejando aquilo que está na nossa alma e no nosso coração... Sem voltar atrás, apagar e voltar a escrever! Só escrever... escrever... escrever...

Apesar do medo, a mão não me vacilou enquanto eu escrevia memórias e despejava sentimentos para o papel na esperança de que tu os leias e que não te limites a deitar para o lixo (para o lixo mesmo e não para um qualquer caixote virtual...) aquilo que eu te explico, aquilo que eu te revelo! Será que fiz bem??? Será que para alguém que como eu não gosta de falar de si, que gosta de manter as coisas bem trancadas cá dentro não estou a passar do 8 para o 80???
A resposta é NÃO SEI!!!! Mas sei que depois de escrever me senti melhor e consegui dormir...

Ontem à noite... bem, hoje de madrugada (não, não estava com insónias, estava na discoteca mesmo... uma variante interessante), aconteceu-me novamente algo que posso qualificar como inédito! Estava a pensar na semana passada e vergonha das vergonhas, depois de ter estado a falar com um amigo e de ter desaparecido, pregando um susto de morte à minha prima, comecei a chorar! E quem é que fechava a torneira??? Logo eu que tenho como lema: "Eu, chorar?? Por favor, estou maquilhada!!". Resumindo, viva o Rimmel à prova de água, infelizmente o lápis do risquinho não o era e como metade dos empregados me conhecem, enfim! Não passei despercebida... Foi um momento de libertação de todas as tensões desta semana, demasiado público para o meu gosto!

Chorar... ora aí está outra coisa que devia fazer mais vezes (não no meio da discoteca, porque não é o sítio mais indicado...)! Faz bem, ajuda a limpar a alma... Gostava de ser capaz de o fazer mais vezes! Mas não sou capaz (pelos vistos a capacidade está a surgir-me nos sítios mais improváveis)... Foi uma capacidade que perdi há muitos anos, mas esses são outros devaneios e este já vai longo!

arlc